Como gerenciar profissionais da geração Z
Vivemos um momento histórico e inédito de desafios para a sociedade: questões sanitárias, dificuldades no cenário político e conflitos que afetam a economia global.
E em meio a tantas transformações, acontece também a entrada da geração Z no mercado de trabalho.
São muitos os ingredientes acrescentados à rotina, e é fundamental que os gestores estejam preparados para saber lidar com esse grupo de novos colaboradores.
Neste artigo, você vai entender quem é a geração Z, quais são as suas principais características e de que maneira esses jovens que nasceram na era digital podem impactar o mercado de trabalho.
Você também vai conhecer técnicas eficientes para aumentar a retenção de talentos e descobrir como estabelecer boas práticas para o trabalho home office.
O que é a geração Z?
Nascidos entre 1997 e 2012, a geração Z – também chamada de nativos digitais ou zoomers – são os filhos da geração X e os precedentes da geração Alfa. À medida que se aproximam dos 20 e poucos anos, a maioria dos zoomers já entrou na força de trabalho, tornando-os o novo foco de mercado das empresas.
Segundo relatório das Nações Unidas, a geração Z já representa 36,7% da população mundial. Essas pessoas cresceram em um universo repleto de tecnologias, absorvendo uma grande variedade de informações (muitas vezes falsas), como jamais se viu antes. É nessa conjuntura que se enquadra a geração Z.
Considerada mais pragmática e menos idealista do que as gerações anteriores, os zoomers são tidos como pessimistas. Mas é inegável que algumas de suas características comportamentais são muito positivas para a sociedade e para o mercado de trabalho.
Conhecidos por serem imediatistas, eles têm como hábito desburocratizar processos, simplificando situações complexas. Nascidos em meio à tecnologia, são mais compreensivos a esse universo e têm raciocínio rápido.
Características da geração Z em relação ao trabalho
No Brasil, segundo o IBGE, a geração Z representa 23% da população e ocupa 23 milhões de postos de trabalho.
Ao entrar no mundo corporativo, pessoas da geração Z acabam muitas vezes encontrando um ambiente que funciona com uma dinâmica ainda voltada para as gerações anteriores, o que pode gerar conflitos, desânimo e impaciência.
Portanto, é fundamental conhecer suas particularidades em relação ao trabalho: um levantamento realizado pela consultoria Randstad afirma que 56% dos profissionais da geração Z deixariam o seu emprego em caso de insatisfação.
Portanto, é necessário que gestores saibam lidar com os nativos digitais. Ao conhecer melhor suas características e no que eles se diferem das outras gerações, é possível gerar impactos positivos nas relações de trabalho.
Conheça agora alguns dos comportamentos da geração Z.
São especialistas em novas tecnologias
Nenhuma outra geração tem uma relação tão estreita com a tecnologia quanto a geração Z. Isso acontece pelo simples fato de terem nascido e vivido em um mundo já digitalizado e conectado com produtos e serviços tecnológicos.
Enquanto outras gerações tiveram, cada uma em seu nível de dificuldade, que se adaptar às mudanças e transformações, os nativos digitais nasceram junto com as tecnologias.
Eles estão atualizados com as últimas tendências, consomem muitas redes sociais e têm um curto período de atenção devido ao uso prolongado da tecnologia.
Preocupam-se com a diversidade e a inclusão
O discurso da diversidade e inclusão deixou de ser uma tendência e agora é realidade. Com grande variedade de culturas, crenças e origens, o conceito de inclusão étnica e racial é algo essencial para eles.
Empresas que não estão atentas a essa ideia podem ter não somente perda de bons profissionais, como também de clientes. A consultoria EY (Ernst & Young) apontou que, para 63% dos trabalhadores da geração Z, trabalhar com pessoas de diversas origens é crucial. Eles esperam que seus empregadores representem suas perspectivas no local de trabalho.
De acordo com a pesquisa da consultoria McKinsey, empresas que promovem a diversidade de gênero podem aumentar a produtividade em até 15%. Em relação à diversidade étnica, essa performance pode ter um aumento de até 35%.
Buscam independência e flexibilidade
Como a geração Z entrou na força de trabalho em tempos de mudança, suas expectativas em relação ao trabalho são muito diferentes das gerações anteriores.
Acostumados a modelos de trabalho híbridos ou remotos, os zoomers querem independência e não são a favor de metodologias como o microgerenciamento.
Questões como flexibilidade são levadas a sério pela geração Z. E é importante que gestores consigam realizar suas avaliações tendo por base a performance, e não o tempo que foi utilizado nas tarefas.
Como resultado dessa metodologia, empresas que incentivam a flexibilização da carga horária de trabalho conseguem atrair e reter um número maior de talentos.
Os desafios do home office para a geração Z
Os desafios do mundo corporativo ganharam novos ingredientes com a chegada da pandemia. Possivelmente, todos os acontecimentos negativos recentes podem ter despertado novos interesses e preocupações na geração Z.
Em uma pesquisa feita pela Microsoft, por exemplo, ficou constatado que 51% dos colaboradores desta geração estão mais propensos a priorizar sua saúde e bem-estar.
Conheça agora alguns pontos que podem afetar o rendimento dos trabalhadores da geração Z no modelo home office.
Produtividade
Para muitas pessoas, o trabalho home office pode significar maior flexibilidade nos horários e até mesmo mais liberdade. No entanto, para os colaboradores mais jovens, isso pode significar uma queda de produtividade.
Em um estudo realizado pela TenSpot, ficou constatado que 54% dos colaboradores da geração Z se sentem menos produtivos quando trabalham em casa.
Embora os empregadores não possam controlar totalmente o ambiente de trabalho de seus funcionários, eles podem ajudar com o básico, como garantir que tenham tudo o que precisam em relação à configuração do escritório.
Outra coisa que as organizações podem fazer para aumentar a produtividade da geração Z é ajudá-los com o gerenciamento do tempo.
Considere oferecer mais treinamentos sobre como se manter motivado ou compartilhar dicas e truques sobre como organizar melhor as tarefas diárias e concluí-las em tempo hábil.
Engajamento
A desmotivação pode criar um obstáculo a mais no engajamento dos zoomers quando estão trabalhando em home office. Alguns podem, inclusive, ter dificuldades para expressar seus pontos de vista em teleconferências, por exemplo.
Por estarem executando atividades domésticas, é bastante comum o uso de ferramentas de videoconferência em reuniões, mas esse pode ser um desafio para alguns deles.
Em 2021, 16% dos entrevistados da geração Z ouvidos em uma pesquisa global da Statista disseram ter problemas para contribuir verbalmente durante teleconferências.
Uma maneira de ajudá-los a superar esse desafio é ligar a câmera durante as videochamadas, incentivando conversas.
Tédio
O estudo da TenSpot também identificou outro dado preocupante: 49% dos colaboradores ficam entediados durante a execução de suas tarefas na modalidade remota.
Isso representa praticamente a metade dos entrevistados e mostra que a sensação de isolamento pode tornar o trabalho menos atrativo, resultando no sentimento de tédio que afeta a produtividade.
Felizmente, existem muitas oportunidades de engajamento social entre colegas de trabalho que as organizações podem adotar.
Uma ideia é pesquisar quais atividades o time poderia se interessar em realizar. Em seguida, considerar organizar reuniões sociais fora do horário de trabalho ou eventos virtuais.
Saúde mental
Talvez por serem dinâmicos e imediatistas, integrantes da geração Z podem ser ansiosos – e eles sabem disso. Com bastante acesso à informação e ao conhecimento, os zoomers têm uma preocupação maior em relação à sua saúde mental.
A preocupação com a ansiedade, o estresse e até mesmo a Síndrome de Burnout se tornou uma prioridade para eles, principalmente durante a pandemia.
O relatório realizado pela TalentLMS apontou que problemas com a saúde mental seriam determinantes para 42% dos jovens se desligarem das empresas.
Veja algumas ações que podem ser implementadas para apoiar a saúde mental dos colaboradores:
- Investigar a cultura da empresa para garantir que ela esteja livre de comportamentos tóxicos;
- Aplicar uma nova política de RH para apoiar a saúde mental no trabalho;
- Fazer workshops de sensibilização e combate aos efeitos da ansiedade e depressão, por exemplo;
- Dar acesso a recursos de saúde mental.
5 dicas para gerenciar colaboradores da geração Z remotamente
Ambientes de trabalho que incentivam e valorizam a criatividade e a flexibilidade tendem a se destacar entre os jovens zoomers. Isso acontece porque os membros da geração Z buscam locais de trabalho em que eles possam ser quem são.
Por isso, é importante compreender esse grupo e, quando necessário, realizar mudanças que podem beneficiar inclusive a empresa.
Confira agora 5 dicas para gerenciar melhor seus colaboradores da geração Z no trabalho remoto.
1. Seja transparente sobre a missão, visão e valores da empresa
Os zoomers são uma geração muito preocupada com questões relacionadas à conscientização social e ambiental. Essas crenças estão enraizadas nessas pessoas, que buscam se relacionar com empresas que convergem com as mesmas ideias.
A cidadania corporativa é importante para os valores da geração Z, e as empresas devem ser claras em relação a isso. A missão, a visão e os valores da organização devem ser destacados constantemente pelos gestores.
Essa é uma forma de reter talentos e obter maior engajamento no home office e mais produtividade dos seus colaboradores.
2. Abrace a tecnologia
A relação entre a tecnologia e a geração Z vem do berço, e as ferramentas avançadas são usadas para lazer, estudo e trabalho.
Esse público não é muito adepto dos trabalhos manuais, por isso, integrar ferramentas tecnológicas é algo fundamental para obter os melhores resultados.
3. Incentive o crescimento pessoal e profissional
Por serem de uma geração que tem a criatividade e a liberdade praticamente em seu DNA, eles optam por empresas que valorizem suas capacidades de desenvolvimento pessoal e profissional.
De acordo com uma pesquisa da IBM, 33% dos colaboradores zoomers simplesmente abandonam seus empregos por estarem sentindo que suas habilidades são pouco valorizadas.
Portanto, é fundamental que o incentivo e a valorização façam parte da gestão de equipes, principalmente para quem estiver em home office.
4. Promova a colaboração da equipe
A geração Z aprecia a integração social. Por essa razão, é importante que a empresa promova meios para que as relações entre os membros da equipe aconteçam.
Algumas estratégias para facilitar essa integração é o uso de “sombras”, como são conhecidos os colaboradores mais experientes que orientam os recém-contratados. Também podem ser realizadas videochamadas em vez de e-mails e ainda a criação de projetos que estimulem o engajamento e as parcerias.
5. Incentive o equilíbrio saudável entre vida profissional e pessoal
Um ambiente corporativo que favoreça um bom equilíbrio entre vida profissional e pessoal é capaz de reter talentos. Lembre-se de que zoomers dão muito valor à sua saúde mental e que, em situações adversas, eles não fazem cerimônia para buscar outra empresa.
Estabelecer uma cultura de desligamento, em que eles realmente possam se desconectar das funções do trabalho, ajuda a manter a saúde dos colaboradores.
Importante: a geração Z não aceita viver apenas para continuar trabalhando. Eles trabalham para viver.
As centrais de atendimento no home office
As centrais de atendimento também se adaptaram ao modelo de trabalho home office. E o principal motivo desse sucesso é um planejamento para que todos os processos fluam e os clientes finais tenham acesso a um serviço de excelência.
Para colocar esta estratégia em prática, a AeC iniciou um processo de implementação gradual em que apenas os colaboradores mais adaptados ingressaram no trabalho remoto.
A empresa contou uma infraestrutura de TI robusta e processos digitalizados que foram determinantes para um bom serviço remoto de atendimento premium ao cliente.
O apoio da cloud computing foi o que garantiu que as operações pudessem ser executadas de maneira remota. É com o uso da nuvem que os atendentes têm acesso aos dados de clientes, manuais de atendimento e planos de metas, por exemplo.
Mas a ideia de uma central de atendimento funcionando em home office pode gerar preocupações em relação à proteção de dados. Por isso, o time de compliance da AeC levou em conta a adequação à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
A lei, que tem como função garantir a proteção de dados pessoais dos usuários, pune as empresas que não garantem a preservação das informações dos consumidores. De acordo com a LGPD, a segurança dos clientes nas plataformas de atendimento é uma responsabilidade das empresas.
A mudança da legislação requer a adequação de rotinas e processos de atendimento, bem como cuidados extras com a segurança da informação. E foi exatamente isso que a AeC fez.
A empresa investiu em uma central de atendimento robusta, organizada e confiável. Com processos e políticas maduros, foi possível alcançar um nível de compliance com a privacidade e o tratamento de dados adequado.
Se você quer saber ainda mais sobre como engajar e gerenciar da melhor maneira suas equipes, confira este post sobre o assunto.
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